O trigésimo primeiro Congresso do SINASEFE começou agitado nesta quinta, 18. A manhã foi de credenciamento e a tarde foi marcada por manifestações contra Michel Temer, que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal após a divulgação de gravações que indicam a concordância dele com o pagamento de mesada para Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e preso pela Lava Jato.
A mesa de abertura contou com a presença de Rosa Mota e Alice Gomes, que integram a Comissão Organizadora do evento,
os coordenadores gerais da Direção Nacional do SINASEFE, Cátia Farago, Fabiano Faria e Williamis Vieira, Lana Bleicher, representante do Andes-SN, Sindicato de docentes das Universidades Públicas do país, e David Lobão, da CSP-Conlutas, Central na qual o SINASEFE é filiado. Já ali o tom das saudações inicias traziam um convite às bases para que tomem às ruas na missão de derrubar o governo Temer.
Logo após as saudações, ocorreu uma manifestação em defesa da liberdade religiosa. Paulo Rodrigo Soares, advogado e uma das lideranças do terreiro de Candomblé Axé Oyá Minilé, e Vilma Reis, socióloga e ouvidora geral da Defensoria Pública da Bahia. Após as palavras dos convidados, foi lido e distribuído aos presentes no plenário um Manifesto pela Liberdade e Tolerância Religiosa e em Defesa do Estado Laico – acesse aqui a íntegra do Manifesto.
Na sequência, teve início debate sobre o tema-slogan desta edição do Congresso Estatuinte do SINASEFE, “Nenhum Direito a Menos, por uma Educação Libertadora e Emacipadora”, com a presença da professora Luzia Mota, do Instituto Federal da Bahia, e dos professores Dante Moura, do IF do Rio Grande do Norte, e Jonatas Monteiro, da rede estadual de Educação da Bahia.
Com a informação de que Michel Temer se pronunciaria publicamente às quatro da tarde – e a possibilidade deste pronunciamento ser de renúncia dele a presidência, o debate foi interrompido algumas vezes, inclusive para acompanhar ao vivo a fala de Temer. Chegou-se a cogitar o encerramento da atividade para participação em um ato nas proximidades do Hotel, mas, por fim, o debate foi finalizado antes da manifestação.
No fim da tarde, centenas de trabalhadores que compõem as bases do SINASEFE por todo o país, saíram em marcha da sede do evento, na Avenida Antonio Carlos Magalhães, percorrendo alguns quilômetros da via, das mais importantes de Salvador, até a rodoviária da cidade.
Foram muitas as palavras de ordem entoadas. Os pedidos de saída de Temer e de eleições diretas para a sucessão presidencial, a chamada de uma nova Greve Geral no país e o fim dos projetos de reformas que retiram direitos dos trabalhadores, como a reforma Trabalhista e da Previdência foram alguns deles. O grito principal, claro, foi de “FORA TEMER”. Durante a marcha, muitas pessoas foram se juntando à caminhada, enquanto outras participaram buzinando de seus carros em apoio e acendendo e apagando as luzes em prédios das imediações.
Próximo à rodoviária, o ato encabeçado pelo SINASEFE encontrou-se com outra manifestação, formada majoritariamente por estudantes e juventude. Dali, parte dos manifestantes ainda seguiu para a sede do PMDB na capital baiana. A aprovação do regimento interno do Congresso, prevista para ocorrer ainda na noite desta quinta, foi transferida para a manhã desta sexta, 19.
Confira os relatos dos quatro dias do evento:
Dia 1 – FORA TEMER: Primeiro dia do CONSINASEFE termina em manifestação pelas ruas de Salvador
Dia 2 – Novos atos contra Temer e aprovação do regimento interno marcam segundo dia do CONSINASEFE
Dia 3 – Terceiro dia debate mudanças no Estatuto do SINASEFE
Dia 4 – Mudanças no Estatuto marcam último dia de CONSINASEFE