Greve Geral nesta sexta, é hora de mobilizar!
Quem faz as contas já sabe, mas não custa lembrar ou informar para quem ainda está desavisado: sob a justificativa de que o país está estagnado em função das contas públicas, o governo de Jair Bolsonaro quer abocanhar R$1 trilhão da aposentadoria dos trabalhadores.
O número mágico não é um acaso: esse seria o montante necessário para destruir o modelo de previdência existente no país e substituí-lo pela chamada “capitalização da previdência”. No novo formato cada trabalhador faria sua poupança em diferentes instituições públicas ou privadas. Com isso, os fundos para sua aposentadoria não dependeriam mais do governo, mas também não seriam garantidos por ele. Pelo contrário: no novo modelo o trabalhador deixaria de ‘servir’ ao Estado ao pagar sua aposentadoria e passaria a servir agora ao mercado financeiro e seus humores.
O modelo já deu provas de sua perversidade em países como o México e o Chile. A ditadura chilena foi a primeira a adotar o formato, em 1983. O resultado é que, atualmente, 9 em cada dez aposentados recebem menos de 60% do salário mínimo do país. O desespero diante do baixo poder de compra dos mais velhos se tornou cristalino com uma onda de suicídios de aposentados que toma o país nos últimos anos.
Educação, a inimiga
Na busca por saciar o interesse de banqueiros e especuladores nos recursos que os trabalhadores repassam à previdência, diversas áreas do governo se articulam.
No Ministério da Educação, assumiu em abril o economista Abraham Weintraub, com longa ficha de serviços prestados às grandes corporações e bancos estrangeiros.
Autor, junto ao irmão, de uma proposta de reforma da previdência próxima àquela em debate no Congresso, Abraham seguidamente justifica as ações de sua pasta tomando por base as mudanças que deseja ver na Previdência.
Sua linha de atuação aprofundou o obscurantismo de seu antecessor, Ricardo Vélez. Para justificar o corte de 30% nos recursos da educação, por exemplo, falou em “balbúrdia” em três das principais universidades brasileiras. Depois, cortou em todos os níveis de educação – do ensino básico à pós-graduação.
Uma MP para punir os que lutam
Buscando sufocar financeiramente os sindicatos, a linha de frente na defesa dos trabalhadores, a Medida Provisória 873 buscava impedir o desconto em folha da contribuição sindical mesmo que tal repasse fosse autorizado pelos trabalhadores ao seu sindicato.
Pela MP, suspensa em todo país por liminares na Justiça, o trabalhador teria que pagar sua entidade por boleto bancário, uma maneira de dificultar a arrecadação dos sindicatos, até agora os grandes adversários públicos do presidente e de suas políticas.
A hora é grave, agora é greve!
É diante desse grave quadro que desde o início de maio todas as grandes centrais sindicais estão convocando um grande movimento de Greve Geral dos trabalhadores contra a Reforma da Previdência para o dia 14 de junho.
Em nossa Seção, a adesão foi aprovada em Assembleia no início de maio. A hora é agora, é tempo de resistir e mostrar a força dos trabalhadores contra os ataques do governo. Todos unidos em 14 de junho!
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