Na última assembleia da nossa seção sindical, aprovamos o indicativo de greve e a 131º Plena confirmou o início da greve para o dia 13 de julho. Iremos convocar outra assembleia para os próximos dias para confirmar ou não a nossa adesão ao movimento paredista.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) e a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) estão em greve desde o dia 28 de maio.
Entretanto, verificamos que existe pouca mobilização entre os servidores federais da educação, mesmo nas Universidades em que entidades fortes, como o ANDES e a FASUBRA, estão a frente do movimento. Verifica-se uma insatisfação mais latente entre os Técnicos-administrativos. Os docentes dos Institutos Federais (IFs), que foram determinantes para a vitória em 2012, hoje, praticamente, não se envolvem nas discussões. Atribui-se esta desmotivação, em parte, a concessão do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC).
Todavia, é importante ressaltar que recebemos a última parcela do acordo da greve de 2012 em março de 2015, mas já acumulamos perdas de 27,3%, segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diese). Estas perdas irão se ampliar ao longo dos próximos anos, se não conseguirmos um novo acordo até julho de 2015, prazo final para o governo incluir no orçamento a parcela de reajuste destinada a recomposição salarial dos servidores públicos federais.
O governo tem recebido as entidades para ouvir as propostas, mas até o momento não apresentou um contra proposta. É importante destacar que quem define o percentual de reajuste aos servidores não é o Ministério da Educação (MEC), mais sensível às reivindicações, mas sim o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), cujo Ministro Nelson Barbosa se comprometeu a apresentar uma contra proposta até o início de julho. No entanto, o governo insiste com a tese de vinculação do reajuste salarial ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), proposta essa rechaçada pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e demais entidades. De acordo com o secretário geral do Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, “a despesa com pessoal do governo tem que ser de até 50% da receita líquida da União. Em 2014, esse número ficou em 31,12%. Há uma margem de 18% para continuar negociando”. Assim, a perspectiva de conquista de um acordo favorável a garantia do nosso poder aquisitivo dependerá muito da disposição de luta de cada um de nós.