Em campanha de boicote, sindicato aponta problemas no controle eletrônico de frequência no IFC

Propondo o boicote aos testes da gestão do Instituto, campanha pretende conscientizar servidores sobre inconsistências na implantação do ponto eletrônico no IFC.

A partir da frase “Não Somos Ponto Eletrônico” e composta inicialmente por seis cartazes, a campanha será veiculada nos meios de comunicação do Sindicato e impressa para ser entregue aos servidores técnico-administrativos em educação e docentes que trabalham no Instituto Federal Catarinense.

Em cada peça, uma pessoa diferente é retratada ao lado do mesmo robô. A ideia é mostrar que as máquinas podem ser todas iguais, já a categoria dos servidores da Educação é composta por indivíduos distintos, todos eles com um ou mais motivos para questionar a implantação de um controle produtivista da jornada de trabalho. Especialmente em uma instituição pública de ensino que preze pelo desenvolvimento das pessoas e, em especial, dos jovens.

As seis frases dos cartazes fazem referências aos diversos questionamentos apresentados pela categoria durante o processo que a gestão do Instituto vem conduzindo para a implantação do controle eletrônico de frequência.

São problematizações que iniciam pela frase “Educação não é linha de montagem”, que chama atenção para a adoção, num espaço que deveria se preocupar com a formação de senso crítico, de um modelo de controle nascido nas fábricas, onde a missão do ponto é o aumento do lucro e da exploração dos trabalhadores.

Outros dois cartazes trazem as frases “Cortam recursos e a solução é gastar com mais controle sobre o servidor?” e “Mais gastos no controle sobre o servidor, menos recursos para investimentos”. Nestes, a pauta é a inversão de prioridades que ocorre hoje no Instituto e em diversas partes do serviço público do país: diante de seguidos cortes nos recursos financeiros os “recursos humanos” viram alvo de questionamentos cada vez mais frequentes, como se as respostas para os profundos problemas existentes se escondesse num suposto descomprometimento dos servidores e não no sufocamento econômico que o setor público vem sofrendo cada vez mais.

Já o cartaz “Justificativa do ponto eletrônico são auditorias no Instituto, mas onde estão seus relatórios?” evidencia a falta de transparência com que vem sendo conduzido o processo de implantação do sistema no Instituto. Problema que nasce junto do projeto, quando uma Auditoria Interna que aponta a necessidade da implantação do sistema eletrônico na alegação de problemas com o sistema manual não disponibiliza nenhum dado que comprove essa situação.

Os problemas relacionados ao modelo escolhido para o controle eletrônico, baseado no SIG (Sistema Integrado de Gestão) estão em questão em dois cartazes. “Sistema de ponto manipulado pela chefia é prato cheio pro assédio” e “Você Sabia? Ponto eletrônico estará no mesmo sistema SIG que já da tilt no Instituto” apontam pontos ainda sem perspectiva de solução pela gestão, parte responsável pelo pleno funcionamento do sistema: o fato do SIG possibilitar que campos preenchidos pelo servidor em seu ponto eletrônico sejam editados pelas chefias sem sua anuência, além dos problemas que o mesmo sistema vem apresentando desde que foi adotado em setores do Instituto como o controle patrimonial e o sistema de biblioteca.

A campanha foi desenvolvida como parte da decisão de uma Assembleia dos servidores filiados ao SINASEFE Litoral. Nos próximos dias, serão publicados os resultados de uma grande pesquisa também realizada a partir da decisão da categoria reunida em Assembleia.

> Leia mais sobre os debates em torno do ponto eletrônico no IFC

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