O debate “MARX 200 ANOS: a atualidade de uma teoria para transformar o mundo”, realizado na noite desta quinta, 05, marcou a passagem dos duzentos anos de nascimento do teórico alemão Karl Marx.
Militante político de extensa biografia, Marx deu origem a perspectiva que leva o seu nome, o marxismo, ao propor uma série de avanços no método científico que são aplicados até hoje nas mais diversas áreas das ciências. No debate ocorrido no Auditório do Bloco T da FURB, em Blumenau, Luiz Gustavo Assad Rupp, advogado, mestre em Ciência Jurídica e professor da UNIVILLE, e Nelson Garcia Santos, professor de Sociologia na FURB e Mestre em Sociologia Política pela UFSC, deram suas perspectivas sobre as contribuições de Marx e a validade de suas ideias para interpretação da atualidade.
Além de retomar a biografia do autor, que passou boa parte de sua vida exilado por defender suas ideias, os professores retomaram contribuições fundantes de Marx para a ciência e para a política. Luiz Gustavo pontuou que, para além de um teórico do socialismo, Marx foi um grande estudioso do sistema capitalista. Portanto, a atualidade de seu pensamento só poderá ser colocada em questão quando o próprio capitalismo for superado.
Já o professor Garcia Santos pontuou o método desenvolvido por Marx, o Materialismo Histórico Dialético, destacando como sua concepção alia a crítica (materialista) ao processo histórico e à contradição inerente a todo objeto de análise (dialética).
No debate com o público, muitos questionamentos apontaram para a aplicação dos ideais de Marx na prática e o embate do marxismo com outras concepções científicas, como as ideias pós-modernas, em voga desde o fim do último século.
Militante por toda a vida, Marx deu as bases, com seu Manifesto escrito em conjunto com Frederik Engels e tantas outras obras, ao chamado “socialismo científico”, calcado na teorização da sociedade para a a vitória dos trabalhadores na luta de classes.
Entre suas frases célebres, dizia que “os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”. Duzentos anos depois, suas contribuições seguem perigosas para aqueles que desejam a manutenção do que aí está e transformadoras para aqueles que desejam profundas mudanças em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.