A Greve Geral de 14 de junho parou a produção e a exploração dos trabalhadores no Brasil durante 24 horas, sendo considerada exitosa pelas 10 centrais sindicais (CGTB, CSB, CTB, CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical – Central, Intersindical – Instrumento de Luta, Nova Central e UGT) que a convocaram no dia 1º de maio.
Tendo como pauta central a luta contra a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro (PEC 6/2019), o movimento paredista demonstrou a disposição da classe trabalhadora para lutar e barrar este ataque contra as aposentadorias e a seguridade social dos brasileiros, fazendo com que o Legislativo Federal recuasse de pontos de projeto considerados centrais para o governo, como a previdência por capitalização – que foi retirada do Relatório Final da Reforma um dia antes da Greve Geral, promovendo uma reação raivosa do ministro Paulo Guedes e um bate-boca público dele contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Esses recuos, contudo, são meramente temporários e a previdência por capitalização ainda pode voltar no plenário da Câmara. Mas os ataques só retrocederam graças à mobilização da classe trabalhadora e só a continuidade desta mobilização pode impedir seus regressos e garantir o sepultamento integral da PEC 6/2019. Não há dúvidas de que a Greve Geral de 14 de junho emparedou o governo!
Os primeiros dados divulgados pelas centrais sindicais registraram que mais de 45 milhões de trabalhadores não foram aos seus locais de trabalho em 14 de junho, gerando um prejuízo bilionário para os patrões. Em todas as capitais, no Distrito Federal e em mais de 300 cidades brasileiras, trabalhadores protestam contra os ataques do governo Bolsonaro.
No início da manhã, motoristas e cobradores de ônibus e trabalhadores dos metrôs de várias capitais cruzaram os braços. Em São Paulo-SP, parte das linhas de ônibus, trens e várias estações do Metrô paralisaram os serviços, especialmente nas zonas norte e leste.
Em Fortaleza-CE, Recife-PE e Brasília-DF, ônibus e metrôs pararam. Em João Pessoa-PB, Curitiba-PR, Maceió-AL, Rio de Janeiro-RJ e Salvador-BA protestos bloquearam vias da cidade e saídas dos ônibus das garagens.
Na região do ABC Paulista, 98% dos metalúrgicos não trabalharam: 65 mil trabalhadores cruzaram os braços contra o fim da aposentadoria e por mais empregos.
Em praticamente todo o país as agências bancárias não funcionaram. Na capital paulista, principal centro financeiro do Brasil, os bancos não abriram.
Trabalhadores e trabalhadoras da educação também aderiram massivamente a Greve Geral. Escolas públicas e particulares, Universidades e Institutos Federais permaneceram fechados na sexta-feira (14/06). O SINASEFE, desde o primeiro momento da convocação, apoiou a Greve Geral e convocou suas seções sindicais à mobilização: os trabalhadores da base do sindicato atenderam ao chamado e paralisaram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica quase que em sua totalidade.
Os servidores públicos municipais e estaduais de todo país também pararam as unidades de trabalho e engrossaram as manifestações da classe trabalhadora convocadas pelas centrais sindicais em defesa da previdência, dos direitos e dos empregos.
A Greve Geral de 14/06 abriu no horizonte da classe a certeza de que é preciso resistir porque é possível vencer o governo fascista de Jair Bolsonaro! Essa grande Greve, que já está sendo contabilizada como uma das maiores da história do país, fecha em clima vitorioso o primeiro ciclo de mobilizações contra o governo Bolsonaro e abre outro ciclo, indicando que um novo calendário rumo à construção de outra Greve Geral, ainda maior que esta, é urgente e necessário!
A luta vai continuar! A Reforma da Previdência não vai passar! Bolsonaro e o fascismo vão cair!
Leia também
Dia de Greve Geral no país tem paralisações, transporte parado, trancaços e protestos (CSP-Conlutas)
45 milhões de trabalhadores aderiram à greve geral (CUT)
Cidades brasileiras têm paralisação e protestos nesta sexta-feira (G1)
Conteúdo relacionado
159ª PLENA do SINASEFE reforça adesão à Greve Geral (04/06/2019)
Centrais sindicais convocam Greve Geral para 14 de junho (02/05/2019)