O SINASEFE Litoral vem por meio dessa nota vem manifestar seu repúdio e denunciar o aumento da violência política após a Eleição de Domingo (30/10), que elegeu Lula para seu terceiro mandato à Presidência da República, com 60.345.99 votos, se tornado o presidente eleito com mais votos em toda a história do Brasil.
Em Balneário Camboriú/SC, eleitores de Lula comemoravam sua vitória na noite do domingo em frente à sede do Partido dos Trabalhadores, utilizando meia pista de uma avenida com quatro pistas de rodagem e num horário com pouquíssimo movimento de veículos. Sem aviso ou qualquer diálogo, a Guarda Municipal de Balneário Camboriú (GM-BC) chegou ao local já atirando bombas de efeito moral e balas de borracha nos eleitores, ferindo diversas pessoas com cacetetes, dentre elas um professor sindicalizado da Seção Litoral do SINASEFE.
Esta atitude totalmente arbitrária dos Guardas Municipais se mostra desmedida, já que os que ali comemoravam não ofereciam risco a transeuntes ou veículos, não agiam de forma violenta ou intimidadora e ao com a chegada da GM-BC não houve qualquer tentativa de diálogo com os eleitores. Posteriormente a própria Policia Militar interditou a via para que a comemoração continuasse. (Mais informações)
Outro episódio lamentável ocorreu em Joinville durante a apuração da eleição, onde diversos tiros foram efetuados contra o apartamento de um companheiro do PSOL, Ivan Rocha, simplesmente por ter penduradas em sua sacada bandeiras de Lula e de seu time de futebol de amigos, que eram vermelhas. O atentado bolsonarista aconteceu enquanto ele estava em casa com seus dois filhos, de 9 e 11 anos, sentados na sala onde os tiros foram disparados. Ninguém ficou ferido, mas por muito pouco uma tragédia não aconteceu. (Mais informações)
Outro alvo da violência de dezenas de Bolsonaristas foi o quilombo Caminho Curto, também em Joinville. Na terça-feira, moradores haviam realizado um protesto na Estrada Fazenda, contra os bloqueios bolsonaristas anti-democráticos nas rodovias, que estavam impedindo que as crianças da comunidade pudessem ir para a escola estudar. Foi então que Bolsonaristas que passavam pelo protesto foram para cima dos moradores, a maioria mulheres, ameaçando entrar na comunidade e bater nos moradores, intimidando e proferindo xingamentos como “macaca” e “invasores”. A comunidade, com medo, está em vigília, porque houve ameaça por parte dos agressores de voltarem ao local. (Mais informações)
Mesmo tendo se passado alguns dias após as eleições, o clima de violência não diminuiu. Os atos anti-democráticos, organizados por parte inconformada dos bolsonaristas, se espalharam pelo país e principalmente aqui em Santa Catarina. Apesar do apelo midiático os bloqueios reúnem poucos manifestantes – embora bastante inflamados – em grande parte pelas fake news como “prisão do Alexandre de Moraes” e “Estado de sítio”, ou ainda por ideais golpistas como “Intervenção Federal” das Forças Armadas, mas principalmente pelas mensagens cifradas de seu líder derrotado nas urnas no último domingo, que não reconhece a derrota e mente descaradamente ao rotular os atos como legítimos em uma democracia. Não são! Legítima é a luta por comida no prato, por melhores condições de trabalho, por vacina para todos, em defesa da educação. Não se pode legitimar um protesto que pede golpe de Estado.
Além disso, é impossível não fazer um paralelo entre a atitude das forças de repressão frente aos bloqueios de rodovias federais feito por Bolsonaristas, em comparação com atos democráticos de movimentos sociais e sindicatos. É nítida a diferença na abordagem amigável e respeitosa da PRF frente aos que articulam um golpe de Estado, da abordagem padrão contra trabalhadores, como foi a abordagem de Genivaldo Santos em Sergipe, que terminou asfixiado dentro da viatura. Contra os trabalhadores é sempre tiro, porrada e bomba! Essa desmedida no uso da força repressiva do Estado, mostra o uso político das diversas Policias. E envergonha as polícias, em especial a PRF que está completamente a serviço de seu Senhor, o futuro ex-presidente. No domingo tentaram impedir eleitores do Nordeste do Brasil de chegar para votar através de blitzes incomuns para estas ocasiões, e na segunda juntaram-se àqueles que articulam um Golpe de Estado.
Prestamos aqui nossa solidariedade à todas e todos que sofreram esses ataques covardes por parte dos aparatos de repressão e por parte de bolsonaristas. É o momento de se dar um basta a toda essa violência política, de quem através da força quer fazer valer suas ideias, que são incompatíveis com a democracia. Também exigimos dos órgãos competentes que tomem as medidas cabíveis em todos os casos.
SINASEFE Litoral
03 de novembro de 2022.