Unidade e resistência aos ataques: entidades da educação debatem conjuntura

do SINASEFE Nacional

SINASEFE, Andes-SN e Fasubra realizaram na quinta-feira, 21, um debate transmitido ao vivo via Facebook. Em pauta, medidas que atacam servidores, sindicatos e a classe trabalhadora em geral. Participaram da transmissão Qelli Rocha, pelo Andes-SN, Antonio Alves Neto (Toninho), pela Fasubra, e Camila Marques, pelo SINASEFE.

Assista abaixo a transmissão na íntegra:

Diante a intensificação dos ataques aos trabalhadores e às suas formas de organização e luta, foi ressaltada a importância de fortalecimento das entidades sindicais. Na avaliação dos debatedores, a Medida Provisória 873/2019, é mais uma tentativa do governo de destruir uma das principais ferramentas de resistência da classe trabalhadora. A MPV ataca a livre organização e financiamento sindical, proibindo que sindicalizados paguem a mensalidade às entidades via desconto consignado em folha.

Ressaltaram que esse ataque ocorre logo após o governo ter encaminhado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019 ao Congresso. A PEC propõe uma contrarreforma da Previdência, que atacará todas as categorias de trabalhadores dos setores público e privado. Além disso, promove o desmonte da seguridade social, atacando também a assistência social e saúde pública.

Comentando que a medida pode ser apenas o primeiro dos muitos ataques do governo Bolsonaro ao movimento sindical, a coordenadora geral do SINASEFE, Camila Marques ressaltou a importância da unidade: “estamos diante de um período longo e duro de ataques mais intensificados aos trabalhadores e vamos nos reorganizar pra defender os nossos direitos”, destacou.

Que educação queremos?

Ela também pautou o processo de precarização que atinge a atividade docente, lembrando os editais de contratação de “professor uber”, que, aos moldes do aplicativo de transporte privado, previam a contratação extremamente precária de educadores, inclusive com pregão de menor preço. “Que modelo de educação o governo quer? Para preparar força de trabalho barata, mecanizada, com educadores que chegam ao local de trabalho em 15 minutos, sem qualquer planejamento?”, questionou. “Temos os trabalhadores de um lado e o capital de outro: são grandes empresas atuando na previdência, grandes empresas atuando na educação, com um crescimento enorme do setor privado na educação. Não é coincidência esse desmonte da educação pública como a gente conhece”, denunciou Camila.

Resistência

“Nossa luta já se reinventou e passou por vários períodos, esse é mais um período de reorganização, não vai dar pra atuar como atuávamos, não teremos os mesmos recursos financeiros, a mesma liberdade de atuação. Mas o movimento dos trabalhadores resiste, e passa por todos esses processos: porque nós somos necessários, eles [patrões] é que dependem da gente. A nossa luta permanece, continua e os sindicatos também, se reorganizando para garantir nossos direitos”, finaliza a coordenadora.

Próximo debate

As três entidades realizarão novo debate virtual no dia 3 de abril (quarta-feira), a partir das 19 horas, para discutir a Reforma da Previdência. A live será transmitida na fanpage do Andes-SN.

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