No final de fevereiro, o governo federal anunciou a suspensão da tramitação da PEC que mudava a previdência no país. Embora tenha justificado a ação como mera consequência da intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, medida que veta mudanças na Constituição, trata-se da primeira grande derrota sofrida pela agenda de austeridade econômica de Michel Temer.
Há meses a grande mídia noticia a dificuldade do governo conseguir os votos mínimos para aprovar a chamada Reforma da Previdência. Nem mesmo as diversas concessões aos parlamentares e governadores dos estados garantiu a Temer os dois terços de votos necessários para aprovar esse profundo ataque à aposentadoria dos trabalhadores.
Ainda que as principais direções do movimento sindical tenham buscado frear as mobilizações dos trabalhadores, a suspensão da votação se deve à resistência nas ruas. Os trabalhadores se mostraram dispostos a resistir contra os ataques do governo, embora a CUT e outras centrais preferissem negociar alguns pontos da reforma ou esperar pela nova eleição presidencial.
A luta pela definitiva retirada do projeto se soma, também, ao embate a ser travado pelos servidores públicos federais em sua campanha salarial, lançada em fevereiro. É urgente para os trabalhadores recomporem as perdas salariais e discutirem as medidas não cumpridas pelo governo nos acordos de greve anteriores.
O primeiro momento de embate deve ocorrer neste 8 de Março. Como no ano passado, as mulheres preparam grandes atos em todo o mundo não apenas contra os ataques aos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, mas também contra o machismo e a violência cotidiana. Essas lutas, que não devem estar atreladas ao calendário eleitoral, precisam ganhar força ao longo do ano, pela manutenção de direitos e pela melhoria nas condições de trabalho.
Coluna Nossa Voz, publicada na edição de março do EDUC>ação, boletim informativo do Sindicato.