2019: organizar e resistir para avançar [EDUC>ação]

O governo Temer vai terminando e deixando para trás um rastro de destruição na educação pública. Como se não bastasse a Emenda Constitucional 95, que congela os gastos públicos em educação e saúde por vinte anos, esse governo também promoveu outros ataques, como a aprovação da reforma do ensino médio e a implantação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Essas políticas aprovadas pelo presidente ilegítimo visam permitir um avanço ainda maior de grandes grupos econômicos na educação básica.

O cenário eleitoral não trouxe uma situação melhor. Na nova composição do Congresso Nacional não deve haver grandes mudanças na correlação de forças, ainda que a direita tradicional tenha perdido espaço para deputados que, embora novos no parlamento, são ainda mais reacionários. O Congresso Nacional deve receber na próxima legislatura, além das tradicionais bancadas ruralista e da bala, alguns políticos que há anos vêm fazenda intensa campanha em defesa do movimento Escola Sem Partido. Esses são os mesmos parlamentares para os quais educação e ciência são gastos que oneram o Estado e, por isso, devem ser cortados e privatizados.

No próximo período está colocado para os trabalhadores a necessidade de se organizar para a luta. No enfrentamento contra os ataques que virão, os trabalhadores precisam fortalecer seus sindicatos na base, organizando lutas que vão desde as questões mais específicas até pautas mais gerais. O fundamental é manter os trabalhadores organizados contra os ataques que se tornarão cada vez mais frequentes, em especial diante da possibilidade de aumento da repressão em um eventual governo Bolsonaro.

Por isso é fundamental fortalecer os laços com outras entidades sindicais e movimentos sociais, construindo frentes, fóruns ou núcleos de debate e mobilização dos trabalhadores. Os ataques que se avizinham não serão apenas contra os institutos federais, mas contra o conjunto da classe trabalhadora, a começar pela reforma da previdência, que pode ser retomada a qualquer momento e por qualquer governo.

Neste momento, precisamos discutir com cada colega sobre a conjuntura mais ampla, sobre a situação do IFC e sobre o fortalecimento do SINASEFE. O estreitamento desses laços de classe e a nossa mobilização permanente são as possibilidades que temos para garantir a manutenção de uma educação pública, gratuita, laica e para todos.

Este texto integra a edição número 4 (outubro/novembro 2018) do boletim EDUC>ação, publicação bimestral do SINASEFE Litoral que traz em suas páginas temas que aproximam os atos de educar e agir, partes fundamentais do trabalho de filiados e filiadas à Seção e, também, de todos que desejam uma sociedade mais solidária, justa e igualitária.

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