Após a divulgação dos resultados da pesquisa sobre os controles de frequência utilizados no Instituto, Direção do Sindicato se posiciona sobre seus principais apontamentos
Em assembleia realizada no dia 03 de abril, no campus Araquari, os filiados ao SINASEFE Litoral deliberaram pela realização de uma pesquisa para que os servidores do IFC se manifestassem sobre a implantação do ponto eletrônico, suas experiências com o controle manual utilizado atualmente e sobre o Sistema Integrado de Gestão (SIG), entre outros temas.
Os servidores vinham manifestado, nos espaços do sindicato ou mesmo nas redes sociais, grande insatisfação com a implantação do ponto eletrônico para os técnico-administrativos em educação (TAEs), além de um conjunto de relatos de professores apontando numerosos problemas no sistema de controle da atividade docente.
O formulário elaborado pela Coordenação de Comunicação do Sinasefe Litoral foi disponibilizado na internet para que todos os servidores do IFC, e não apenas os filiados ao sindicato, pudessem responder as questões e apresentar sua percepção sobre estes assuntos. Já nesse ponto, enfrentamos como principal problema o fato da gestão do IFC se recusar a divulgar a pesquisa por meio de seus mecanismos institucionais de comunicação, o que poderia elevar o número de participantes da pesquisa.
Confira a série de textos com os resultados segmentados da pesquisa
>> OPINIÃO DOS SERVIDORES: os TAEs e o ponto no IFC
>> OPINIÃO DOS SERVIDORES: Docentes dão sua opinião e Sistema SIG é avaliado
>> OPINIÃO DOS SERVIDORES: os intervalos de trabalho e refeitórios no Instituto
Nesta questão, bem como em outras anteriores, como o uso de espaço para a realização de cursos, o Sindicato tem sido tratado como uma entidade externa pela gestão do instituto, como se desvinculada do IFC. Com essa negativa da gestão do IFC em difundir uma iniciativa que visava buscar a opinião dos servidores, a divulgação da pesquisa ficou a cargo somente dos mecanismos de divulgação do SINASEFE Litoral. Como consequência da abrangência menor da divulgação, a pesquisa obteve ao seu final um total de 96 respostas, das quais 69 oriundas de unidades da base do SINASEFE Litoral e 27 dos demais campi, representados por outras Seções da entidade.
Análise dos dados obtidos
Podemos observar de antemão que o fato de termos mais respostas oriundas das unidades de nossa base, a maioria formada em período recente, fez com que o perfil dos servidores que responderam a pesquisa tenha sido principalmente de pessoas com até cinco anos de trabalho no IFC (56 respostas) e com até 39 anos de idade (70 respostas) – confira no gráfico.
Entre os servidores que responderam ao questionário, 80 são TAEs e 16 são docentes. Entre os técnicos, 65 informaram utilizar o sistema manual de controle de frequência, dos quais somente 27 apontam ter problemas com essa forma de controle. Entre os 13 servidores que informaram ter participado dos testes do sistema eletrônico de frequência, 10 apontaram ter problema em sua utilização.
Além disso, entre os servidores que relatam problemas no controle manual, 66,7% apontam que o problema ocorre em média menos de uma vez por mês. Por outro lado, entre os servidores que apontam problema no controle eletrônico de frequência, 70% afirmam enfrentar problemas duas ou mais vezes ao mês.
Para o conjunto dos servidores foi questionado se utilizavam o SIG em seu trabalho cotidiano, o que foi respondido afirmativamente por 83 pessoas (86,5%). Entre os servidores que informaram trabalhar em seu cotidiano com o SIG, 41 se manifestaram insatisfeitos ou muito insatisfeitos e apenas 18 afirmam estar satisfeitos com o sistema. Desses servidores que utilizam o SIG em seu cotidiano, 69 (83,1%) declararam ter enfrentando algum problema com o sistema, dos quais apenas 19 afirmam ter problemas menos de uma vez por mês. Entre os 50 servidores que apontam ter problemas duas ou mais vezes ao mês, 12 relatam ter problemas em mais de duas ocasiões toda semana.
Outros dados ainda poderiam ser mencionados, como a insatisfação dos professores com o controle de suas atividades por meio do SIG (62,5%), mas os dados mencionados, apesar de expressarem a opinião de uma amostra dos servidores, permitem tirar ao menos duas conclusões:
- Existe, por parte dos servidores, uma grande insatisfação com o SIG, na medida em que o sistema apresenta problemas recorrentes no desenvolvimento das atividades cotidianas de trabalho.
- Os testes realizados com o ponto dos servidores técnico-administrativos mostraram que o sistema SIG apresenta maior recorrência de problemas do que o sistema manual de controle.
Apesar de prejudicada pela negativa da gestão do IFC no auxílio de sua divulgação, os dados da pesquisa demonstraram a insatisfação dos servidores do IFC com a implantação do Ponto Eletrônico na instituição. Os servidores parecem estar visivelmente insatisfeitos por serem tratados como uma peça numa máquina controlada por um relógio.
Em vez de investir seus esforços em ações que poderiam melhorar o trabalho de todos, como uma política sistemática de combate ao assédio moral ou a ampliação do investimento em ações de acessibilidade, a gestão do IFC, amedrontada por recomendações de auditorias, parece querer transformar o IFC em um ambiente caracterizado por um duríssimo controle dos servidores.
Como dito na segunda edição do EDUC>>ação, boletim do Sinasefe Litoral, é preciso apontar “para a necessidade de que se discuta formas de acompanhamento do trabalho que não sejam autoritárias e fortalecedoras do discurso jurídico reacionário que permeia a sociedade”.
Julho de 2018
Coordenação do SINASEFE Litoral
Leia também:
Em campanha de boicote, sindicato aponta problemas no controle eletrônico de frequência no IFC
O processo levado a cabo pela gestão do IFC para implantação vem sendo acompanhado pelo SINASEFE Litoral. Confira AQUI nossos textos sobre o tema.